REVERÊNCIA
Ao agradecer a Deus pelas pessoas e idéias que ajudaram a tornar melhores estes séculos, agradeçam também às divindades do céu, do sol, da lua e das estrelas. Agradeçam às divindades que vivem nas árvores, que borbulham nas nascentes de onde vem a água de beber, que amadurecem o trigo, o milho e a batata do campo. Pois todas elas, apesar de ignoradas, continuaram a exercer uma influência benéfica e ajudaram a tornar mais leve para vocês o trauma dos últimos séculos. Sussurrando aqui e ali, como vozes suaves nos seus sonhos, como imagens refrescantes vindo das árvores do outro lado de suas janelas quando adormecem à noite, numa miríade de formas despercebidas, vieram a vocês para aliviar a crescente agressividade. Sejam gratos a elas. Essas formas evitaram muitas tristezas. Honrem-nas e reverenciem-nas. Elas são as servas de Deus.
Não se trata de "deuses pagãos". São seres amigos, energias essenciais, a quem não falta consciência. São meios específicos que Deus escolheu para que servissem ao mundo material. Cada vez que prestarem reverência a um desses seres, vocês estarão honrando a Deus. Formando o grande panteão dos seres maravilhosos, vibrantes e cintilantes como as cores do arco-íris, eles se unem num único Grande Espírito, o mesmo eterno amor de fogo estelar, a faísca honrada em toda parte como fonte de vida. Assim como não há conflito real entre as forças elementais da terra e os sussurros do vento solar, assim como não há conflito entre oceano e praia, entre feminino e masculino, entre o luar e a luz do sol, entre o meio dia e a meia noite, também não há conflito entre o monoteísmo das tradições européias e o panteísmo dos povos da terra em todo o mundo. Deixem que as distorções e os abusos de ambas as tradições se desfaçam sozinhos.
Neste novo mundo de luz, vejam Deus em todas as coisas. Compreendam que honrar qualquer aspecto de Deus é honrar a Deus. Que a reverência não seja reservada unicamente para a imagem ostentada na sua catedral ou consciência. Sejam igualmente reverentes a cada pedrinha do chão.
Honrem
o espírito de Deus, não de uma forma abstrata, mas nas suas irmãs, nos seus
irmãos e no seu próprio coração. Ofereçam livremente a sua reverência.
Sejam
reverentes
aos animais da floresta, às águias que voam pelos desfiladeiros das
montanhas, ao castor que ama cada momento da sua vida.
É
assim que vocês honrarão a Deus, honrando todas as coisas por Ele criadas. Dêem
graças a esses muitos seres que tornaram os tempos tão mais bonitos para vocês.
Dêem-lhes o seu amor. Vejam-nos em cada raio de luar, em cada clareira da
floresta.
Quando
conhecemos o Cristo cujo corpo é revelado por toda a Terra, quando a Luz de
Deus vive dentro de vocês, quando sua individualidade oferece humildemente tudo
o que está a serviço da universalidade, e vocês se conhecem como sendo um com
o grande Ser cujos representantes na Terra são vocês, então verão de fato um
panteão de divindades, cada qual cantando-lhes a alegria, a maravilha, a glória
magnífica e abençoada do único Deus.
Vivendo
no Um, em sintonia com o Um, cantem a sua individualidade em harmonia com os
outros da sua nação, como a sua nação canta em harmonia com as outras nações
que neste mundo estão formando o órgão da consciência do Um. Vocês são o
meio pelo qual Deus se torna humano, o meio pelo qual ele cuida do jardim. Vocês
são o meio que Deus usa para interagir com o universo da criação. Este mundo
é o seu desabrochar. Vocês criaram-no para que, enquanto família humana,
pudessem vir a usufruir dele através da substância biológica.
Neste
momento, quando a história está para acabar, neste rápido momento antes que
sua atenção se volte às estrelas, vocês percebem que a verdade está se
expandindo tão visível e naturalmente entre os homens do fim do século XX. Há
muito tempo isso está acontecendo, com a verdade empunhando velas acesas na
escuridão, atraindo as tribos guerreiras para mais e mais perto da cura que
agora não é apenas a luz de uma vela, mas a alvorada faiscando seu brilho no céu.
Ouçam,
humanos deste mundo; ouçam como o pardal ouve o chamado de seu amor nas ondas
da brisa. Estamos falando com vocês nos seus sonhos, nos trechos das canções
ouvidas de passagem, da boca da crianças, nestas páginas; mais do que isto,
falamos a vocês do âmago do seu ser. Ouçam-nos e lembrem-se de vocês mesmos.
Estamos aqui para mesclar-nos com seus egos humanos, para ajudar a sua raça a
se tornar o órgão central de um novo e vasto ser. Estamos aqui para ajudar o
grande espírito encarnado no povo das quatro raças.
Viemos para iniciar a era mais alegre que esta Terra jamais conheceu: um período de mil anos de cura e harmonia renovada, na Terra que verá o progresso dos quadrúpedes, o despertar dos bípedes, o fluir puro dos rios e a humanidade em comunicação consciente com as estrelas.
E
depois que o milênio tenha passado, vocês - novos
seres
de biologia translúcida - partirão para o vasto e desconhecido oceano da Via Láctea
para dar liberdade de vôo do Pássaro do trovão como presente a cada estrela e
a cada mundo. Numa multiplicação de casos de amor, que continuarão até o fim
dos tempos, vocês e sua raça semearão as galáxias com vida inteligente e
biológica.
Do
livro: "O retorno das Tribos-Pássaro"
Ken Carey
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