O VERDADEIRO SOM DA VERDADE
Um devotado praticante de meditação, depois de anos
concentrado em um mantra em particular, havia conquistado insight suficiente
para começar a ensinar. A humildade do estudante estava longe de ser perfeita,
mas os mestres no mosteiro não se preocupavam com isso.
Com alguns anos ensinando com sucesso deixaram o praticante certo de que não
precisava aprender com mais ninguém; mas ao ouvir falar de um famoso ermitão que
vivia nas proximidades, viu que a oportunidade era muito atraente para ser
deixada de lado.
O ermitão vivia sozinho em uma ilha no meio de um lago; desta forma o praticante
contratou um homem com um barco para atravessá-lo até a ilha. O praticante foi
muito respeitoso com o velho ermitão. Depois de tomarem chá com ervas o
praticante perguntou ao ermitão sobre suas práticas espirituais. O velho lhe
disse que não tinha nenhuma prática espiritual, exceto por um mantra que ele
repetia o tempo todo para si mesmo. O praticante estava extasiado: o ermitão
estava usando o mesmo mantra; mas quando o ermitão pronunciou o mantra em voz
alta, o praticante ficou estarrecido!
"O que está errado?" perguntou o ermitão.
"Eu não sei o que dizer. Eu temo que você desperdiçou toda a sua vida! O senhor
está pronunciando o mantra de forma incorreta!"
Oh! Isto é terrível. Como eu deveria dizê-lo?
O praticante deu a pronúncia correta, e o velho ermitão ficou muito agradecido,
pedindo para ser deixado a sós para que pudesse começar imediatamente na
prática. Na travessia de volta o praticante, agora obviamente um mestre
completo, ficou refletindo sobre o triste destino do velho ermitão.
"Foi muita sorte eu ter vindo. Pelo menos ele terá um pouco de tempo para
praticar corretamente antes de morrer”. Neste instante, o praticante percebeu
que o barqueiro estava olhando assustado, e se virou para ver o ermitão de pé,
respeitosamente, sobre a água perto do barco.
"Com licença, por favor. Sinto incomodá-lo, mas eu esqueci de novo a pronúncia
correta. Você, por favor, poderia repeti-la para mim?"
"Obviamente o senhor não precisa disto", gaguejou o praticante, mas o velho
insistiu em seu pedido educado até que o praticante demonstrou piedade e repetiu
para ele novamente.
O velho ermitão ficou dizendo o mantra muito cuidadosamente, devagar e
repetidamente, enquanto caminhava sobre a superfície da água de volta para a
ilha.
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