MENSAGEM AOS HOMENS DE BOA VONTADE
Não falo
somente aos Cristãos, porém a todos os meus filhos, que são os justos da
Terra, qualquer que seja sua raça ou fé. Falo a todos, não considerando
vossas diferenciações humanas. Minha palavra é universal como a luz do sol. A
Divindade não se pode isolar numa igreja particular. Eu vos digo o que é
verdadeiro e justo, e o que vos falo perdura a quem quer que seja dito. A
mentira que me desfigura passa: eu permaneço. Não importa que a bondade seja
explorada pelos maldosos; o Bem acaba triunfando. Eu amo a todos.
Vós, homens, buscais bandeiras limpas para transformá-las em mantos brilhantes. E quem pode impedir que, em vosso mundo de hipocrisias, os maus se escondam à sombra das coisas puras e que os falsos se acobertem sob os luzentes mantos de que se apossam? Então, as crenças e as religiões deixam de ser uma idéia, um princípio para se tornarem um aglomerado de interesses, uma organização de castas.
Assim,
formastes hierarquias, seitas, ordens e grandezas que não tem correspondência
no céu. Vossas classificações são absolutamente humanas, fictícias, de
acordo com as aparências da Terra e não com os valores intrínsecos do espírito.
Por isso, ficarão aí em vosso mundo e nunca se elevarão além da Terra.
Minha
discriminação é diferente. Os escolhidos são aqueles que seguem meu caminho
de dor e de renúncia, de humildade e de amor. Vinde a mim, vós que sofreis.
Sois os grandes, os eleitos do Céu. Esta é a minha diferenciação. As que são
feitas pelos homens não têm valor. Não importa o manto, mas o homem que o
veste. Somente no caminho da dor e do amor encontrareis os que são grandes no
meu Reino. Eis onde, na luta absurda entre tantas vozes e organismos contrários,
achareis o bem, a justiça e a verdade.
Em toda
parte, nos vossos agrupamentos, se encontram os bons e os maus; estes últimos,
quase sempre, preocupados em tornar objeto de discussão uma verdade que não
possuem. A verdade está no coração e nos atos e não nas formas e nas posições
humanas.
Procurai o
bem; procurai, onde quer que esteja, o homem, nunca o estandarte. Fazei questão
do homem, da nua e intrínseca realidade de seus valores íntimos, e não dos
sinais que o marquem exteriormente. Estes se podem falsificar, não o homem. A
bandeira pode reduzir-se a um índice de interesses coletivos; o homem, porém,
segue sozinho pelo caminho de seu destino. Justos e injustos se encontram sobre
a Terra, uns ao lado dos outros, para provações recíprocas; achá-los-ei
juntos, usando todos o mesmo nome da verdade. Somente eu, que leio nos corações,
os diferencio, como também pode fazê-lo a voz da vossa consciência, em que
penetro e falo.
Os meus
filhos estão, por isso, em toda a parte; contudo, não os sabeis enxergar. Só
eu os vejo. A dor e a morte, que matam os outros, os elevam. A minha maneira de
diferenciar está acima de todas as categorias humanas. O meu Reino não é da
Terra. O meu Reino não tem corpo físico. Os seus grandes nada possuem no
mundo, mas sofrem e amam.
Minha
religião mais profunda não tem forma terrena, não possui nenhuma dessas
exterioridades, próprias da matéria e da imperfeição humana, e que sempre
foram a base de todos os abusos.
O meu altar
é a dor, a minha oração é o amor, a minha religião é a união com Deus no
pensamento e nos atos.
Acima de
todas as formas que vos dividem, ó homens da Terra, eu sou o princípio que vos
une ao meu amor.
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